quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Briga por monopólio?

A Justiça aceitou no dia 10 de Agosto, denúncia do Ministério Público Estadual contra o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo o MP, dinheiro dos fiéis da igreja é desviado para empresas de Macedo, como a Rede Record.

A notícia repercutiu, e ainda está repercutindo, em toda a imprensa nacional e internacional. A TV Globo foi a grande responsável por essa divulgação em massa, o que irritou a cúpula da Record.

As emissoras têm trocado ataques diariamente. Dedicando espaço contra a outra nos principais telejornais. A TV Globo exibiu uma reportagem de 10 minutos sobre o caso Edir Macedo em seu principal jornalístico na terça-feira (11). Já na quarta-feira (12), a TV Record não deixou por menos, exibindo no Jornal da Record uma reportagem que relembra um pouco do passado da Globo. Na reportagem foi dito também que o aumento da audiência e do faturamento da Record provoca desespero à Rede Globo.

Em Brasília nesta quinta-feira (13), senadores e deputados de diversos partidos se disseram favoráveis à investigação da promotoria, aceita pela justiça criminal. E defendem que seja uma investigação rigorosa. No meio político, tanto parlamentares governistas quanto os de oposição fizeram o mesmo pedido: que os fiéis sejam respeitados e que o dízimo seja usado com transparência.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse que a ‘mercantilização da fé’ não pode acontecer. “É algo como você vender ou comprar o que é sagrado, o que é de deus, e isso é indisponível”, disse o deputado.

Na câmara, o deputado Robson Rodovalho (DEM-DF) , da bancada evangélica, defendeu as ações da igreja. "A igreja tem a prerrogativa constitucional de usar qualquer instrumento pra pregar o evangelho. Conquanto que esteja no nome da igreja," disse.

A briga é entre duas redes de televisão que tem interesses mercadológicos e financeiros na manutenção da audiência. Não podemos deixar que transformem uma briga entre empresários numa briga religiosa, como muitos estão tentando fazer. Atualmente a Record não representa os seus milhares de evangélicos e nem a Globo os católicos e qualquer discurso ao contrário não passa de uma tentativa de aumentar ainda mais a audiência e a geração de lucros astronômicos.
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